sábado, 8 de outubro de 2011

Potenciômetros Parte 2



Bom galerinha, dando continuidade em nosso tópico sobre potenciômetros agora vamos falar o funcionamento dos mesmos, já vimos toda a estrutura dele agora é hora entende-lo melhor.

  Para começarmos entender como ele é ligado vamos imaginar ele visto pelo lado da carcaça, com o eixo para baixo, o extremo direito é o pólo mínimo, o esquerdo o máximo e o central normalmente é a saída, isso se levar-mos em consideração o funcionamento do volume onde o pino da direita deve ser aterrado para interromper o sinal dos captadores e funcionar como um filtro, quanto mais o contato do deslizante se aproxima do pólo interrompido, menor o volume até zerar completamente. O cabo que traz o sinal, geralmente é ligado à chave seletora dos captadores, e por sua vez é conectado nos pólo esquerdo e no central, o cabo de saída, posteriormente pode ser conectado ao potenciômetro de tonalidade ou a saída (Jack) dependendo do seu projeto. Os cabos de aterramento dos captadores devem ser soldados à carcaça dos potenciômetros para que os mesmos funcionem, esses aterramentos por sua vez devem ser ligados ao pólo negativo do jack (se tiver dúvidas sobre aterramento, de uma olhada no tópico sobre “ruídos no instrumento”),  afinal essa interrupção em que falamos anteriormente é justamente o contato entre os pólos positivo e negativo dos captadores. 



Os potenciômetros de tonalidade funcionam da mesma forma, a única diferença é que eles não interrompem o sinal, mas fazem a filtram com a ajuda de um componente chamado capacitor, trata-se desse componentezinho “besta” aí na foto abaixo.




Os capacitores mais comuns a serem usados nos projetos de instrumentos são os de poliéster e os cerâmicos, mas não são os únicos, existem vários tipos e valores diferentes, normalmente são usados os de 0.047 milifares para captadores do tipo humbuckers, e de 0.022 milifares para captadores tipo single coil. Criarei um post falando apenas sobre eles futuramente. Eles basicamente são como portas de passagem de sinal, se o sinal vai se aproximando do filtro na resistência do potenciômetro, as freqüências a partir destes valores são gradativamente cortadas do sinal na saída. Existem pelo menos duas formas de ligação dos cabos no potenciômetro de tonalidade, uma delas é usando um cabo que vem do sinal do pólo esquerdo do volume para o pólo direito da tonalidade, vale lembrar que capacitores não tem lado ou seja, não tem perigo de ser confundido positivo com negativo, sabendo disso uma das “perninhas” do capacitor é soldada no pólo central e a outra no terra,da mesma forma que o volume, o contato do terra do cap deve estar soldado à carcaça do potenciômetro, portanto, solde um cabo da carcaça do volume para o da tonalidade, nesse caso o pólo esquerdo fica vazio.

A outra forma de ligar à tonalidade é ligar uma das pernas do capacitor no pólo esquerdo do volume (sinal de entrada) e a outra no pólo central da tonalidade, lembrando de interromper um dos pólos da tonalidade para que funcione, pois a interrupção anula o efeito do capacitor, mantendo as freqüências, e o pólo vazio gera o efeito, solde também um terra do volume para a tonalidade.


Os valores dos potenciômetros para os captadores tipo single coil geralmente são os de 250 k e os captadores tipo humbuckers usam os de 500 k, essa diferença dá-se ao fato de que os captadores single coil são mais extensos em termos de faixa de freqüência respondendo mais graves médios e agudos. Em contrapartida os humbuckers limitam algumas freqüências agudas onde o humming se encontra, isso diminui e muito o ruído, e por serem bobinas dupla, são bem mais potentes por isso o uso dos pots de 500 k são mais aconselhados, porque eles equilibram mais o funcionamento dos caps. Um humbucker usando um potenciômetro de 250 k por exemplo, pode deixar o som dos caps com menos definição, já os singles funcionam bem tanto com os de 250 k quanto com os de 500 k, embora respondam melhor com os de 250 k.


Para o volume, os potenciômetros que costumo indicar são os logarítmico, que são apresentados por A250k ou A500k, já os de tonalidade vão depender do tipo do captador, pode ser logarítmico ou linear, o linear se apresenta com B250k ou B500k.

Para que você possa entender melhor o que é logarítmico e linear e suas diferenças basta partir do seguinte princípio:

A - logarítmico - usa-se mais para volume porque o ouvido humano não reconhece uma mudança linear do mesmo, se dividir o botão de volume por posições para ir do 2 ao 3 será preciso um aumento da pressão sonora cerca de 10 vezes superior à necessária para ir do 1 ao 2 e assim sucessivamente. Usando um potenciômetro linear o som seria muito baixo até cerca de meio do pot seguido de um aumento brusco a partir daí.

B - linear - usa-se mais para tone, balance, etc. porque aí é onde se encontram a mistura de sinais levando em conta que queremos que a posição a meio potenciômetro corresponda realmente a metade do sinal.


Um problema freqüente.

Meu potenciômetro está “chiando” quando aumento ou diminuo o/a volume/tonalidade.

É normal que com o tempo, mesmo que o instrumento permaneça dentro do case, os potenciômetros acumulam impurezas como poeira por exemplo. Logo, uma vez sujo é normal que ocasione barulhos desagradáveis. As vezes uma simples limpeza costuma resolver o problema. Para isso, utilize uma seringa com álcool isopropílico ou benzina. Isso remove as impurezas. Eu não aconselho o uso de óleos ou anti-ferrugens para lubrificação. Em alguns casos, a limpeza não é suficiente, e o potenciômetro deve ser trocado.


Bom galerinha, por hoje é isso, espero ter ajudado a entender melhor o funcionamento dos potenciômetros, gostou do post? Comente... Ainda tem dúvidas?... Pergunte...

Um abraço e até a próxima...




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