segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Capacitores


E ae galerinha, nesse post vamos falar um pouco sobre os capacitores, muitas vezes passam despercebidos, mas fazem uma grande diferença quando usados de maneira correta, a partir do momento em que começamos a compreender o funcionamento do instrumento passamos também a ter uma percepção muito maior quanto a tonalidade dos mesmos, a grosso modo, quando olhamos para um capacitor ligado ao potenciômetro de tonalidade, concluímos que eles são apenas para diminuir a passagem dos agudos, ou seja: quanto maior o seu valor, maior a diminuição dos agudos. Pois bem, apenas isso já bastaria se não existissem aqueles que como eu, adoram explorar as diversas possibilidades de timbres disponíveis a um capacitor de distancia, e quando desejamos maior domínio sobre o timbre, somos obrigados a conhecê-lo mais profundamente.

Bom, partindo do principio em que ele é basicamente um filtro de agudos, observe que ele recebe o sinal da cap de um lado e ligado ao terra no outro, sendo assim ele descarta para o terra apenas as freqüências mais altas, e como dito antes, quanto maior o seu valor, maior a diminuição dos agudos. 



O potenciômetro de tonalidade tem a função de controlar o quanto do sinal vai para o capacitor. Quando usado no máximo, ele não envia nada, e claro, o capacitor não filtrará nada, se usado no mínimo, ele envia 100% do sinal e o capacitor desvia para o terra, descartando o sinal que vai para o jack de saída todos os agudos, isso é claro, a partir do seu ponto de corte. O restante (levando em conta o ponto de corte) permanecem intactas e seguem seu caminho pelo cabo até o amp.

O pot do volume, tem uma ação bem parecida com o de tonalidade, e também desvia (descarta) o sinal na medida em que vai diminuindo, a essa altura fica bem claro que o aterramento de um instrumento não serve unicamente para diminuir os ruídos normalmente gerados pelos caps, mas também servem para o desvio de freqüências dos sinais dos caps que são filtrados pelo conjunto de pot e capacitor.
Se você é como eu que aproveita tudo o que for possível e tem um trilhão de peças sobressalentes em casa, aqui vai uma dica importante de como medir um capacitor para ver se ele está em perfeitas condições de uso.


MEDINDO UM CAPACITOR COM UM MULTÍMETRO ANALÓGICO: 





- Coloque o multímetro na escala de resistência.
- Encostar uma ponta de prova em cada terminal do capacitor.
- Observe a movimentação do ponteiro do multímetro (não precisa marcar o valor).
- Caso o ponteiro suba e desça o capacitor estará bom, ou seja, o ponteiro subiu pois estava circulando uma corrente para carregar o capacitor, terminada a carga acaba a corrente e o ponteiro volta para a posição inicial, o infinito. Quanto maior o valor do capacitor maior será o tempo que o ponteiro levará para subir e descer.
- Se o ponteiro subir e ficar parado em alguma posição entre zero e
o infinito (mesmo que comece a descer e pare) o capacitor estará com fuga, ou seja, uma corrente contínua está circulando através dele e isto já é sinal que este capacitor não está bom.
- Se o ponteiro for direto para o zero o capacitor estará em curto. Também não está bom. Neste caso toda a corrente fornecida pelas pilhas do multímetro atravessará o capacitor, ele não oferece nenhuma resistência, e por isto o ponteiro vai para o zero.
- Se o ponteiro não se mover o capacitor estará aberto, sem capacitância, e não estará bom. Neste caso o capacitor nem chegou a se carregar e é por isto que o ponteiro nem se moveu. Ficou na posição indicada por infinito.



Para medir capacitores acima de 10000 uF use a escala X1.
Para medir capacitores entre 1000 uF a 10000 uF use as escalas X1 ou X10.
Para medir capacitores entre 100 uF a 1000 uF use as escalas X10 ou X100.
Para medir capacitores entre 10 uF e 100 uF use as escalas X100 ou X1K.
Para medir capacitores entre 1 uF e 10 uF use as escalas X1K ou X10K.
Para medir capacitores entre 100 nF e 1 uF use as escalas de 1K ou 10K ou 100K.
Para medir capacitores entre 1nF e 100 nF use a escala de 100K.
Para medir capacitores abaixo de 1 nF use a escala de 100K mas a leitura será difícil e, consequentemente, o teste não terá precisão.

Com este teste eu consigo saber o valor do capacitor e saber se este valor não está alterado?
Com este teste não dá para saber o valor do capacitor, mas apenas se ele não está aberto, com fuga ou em curto. Para saber o valor exato é necessário o uso de um capacímetro. O que podemos fazer é pegar um capacitor, que sabemos que está bom e seja do mesmo valor do capacitor testado, e comparar a leitura no multímetro deste capacitor com o capacitor a ser testado, para isto memorize as posições em que o ponteiro para na medição de um e do outro. Se der muita diferença entre estas posições provavelmente o capacitor em teste terá alguma alteração.
Embora as escalas de medição de resistência de um multímetro possam apresentar alguma diferença entre a máxima resistência que pode ser medida, pois a máxima resistência a ser medida depende, além do fator de multiplicação (X1, X10, etc) do fundo de escala indicado no galvanômetro, as escalas acima servem como uma boa referência para o teste de capacitores.
Observações:
Alguns capacitores eletrolíticos, geralmente os com alta tensão de isolação, costumam apresentar uma certa corrente de fuga, sendo assim pode ser que em determinadas escalas o ponteiro suba e, ao descer, pare próximo ao infinito. Se isto acontecer diminua a escala de multiplicação e veja se o ponteiro chega ao infinito, caso isto aconteça o capacitor estará bom.
Todos estes testes foram desenvolvidos com o auxílio da prática e embora possam variar um pouco de multímetro para multímetro, sempre serviram para testar capacitores.
Não encoste as mãos nas partes metálicas das pontas de prova, nem nos terminais dos capacitores, pois isto alterará as medições e testes.


Bom, sabemos que existem vários tipos de capacitores, de estrutura e materiais distintos, mas todos basicamente com a mesma função. Para guitarras, os capacitores mais comumente usados são os cerâmicos e os poliésteres.



A maioria das guitarras chinesas tem capacitores de Poliéster e várias Gibson atuais usam capacitores Cerâmicos. As Fenders variam entre capacitores de poliéster e cerâmicos. O importante é que existe um para cada tipo de gosto.
Aí vem aquela perguntinha básica: E qual capacitor eu devo usar em meu instrumento? A resposta nem sempre é tão simples, isso vai depender do tipo de cap que você usa e lógico, principalmente do seu gosto pois captadores single coil do tipo Fender geralmente são mais agudos, Já os Humbuckers, nem tanto, nada como testes e mais testes pois, nem todos os gostos são iguais, uma idéia bem bacana que encontrei net a fora é a de conectar dois “jacarés” na posição correta dos capacitores e ir testando, olhe só o exemplo na figura abaixo...


É meio doido mas tenho que admitir... funciona... e isso é o mais importante.
Bom galerinha, por hora é só, eu sei que dúvidas sempre surgem, então... Gostou do post? comente... Ainda tem dúvidas? Pergunte...
Um abraço e até a próxima...










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