domingo, 10 de abril de 2011

Dicas de Limpeza para seu Instrumento








Olá pessoal, nesse post quero dar algumas dicas de materiais para limpeza de instrumentos essas dicas são válidas para instrumentos não encerados e com escala escura.

Sempre apóie bem o instrumento em uma bancada para não ocorrer pequenos acidentes como quedas e arranhões, após verificar se o instrumento está bem apoiado é hora de por a “mão na massa”:



  • O ideal é sempre remover as cordas velhas e substituí-las por novas.

  • Sempre “cubra” os captadores quando for fazer a limpeza, eu sempre aconselho o uso de uma fita crepe.

  • Usando uma flanelinha com um pouco de álcool ISOPROPÍLICO (não use álcool comum) limpe bem a “escala” aplicando quantas vazes for necessário até remover todas as marcas de sujeira, é muito importante que você não deixe que o álcool escorra para partes envernizadas, pra que isso não aconteça use sempre o álcool na flanela, em hipótese alguma despeje o álcool direto sobre a escala.

  • Depois da escala limpa, é hora de limpar os trastes, para esse processo precisamos cobrir TODA a madeira com fita crepe, deixando expostos apenas os trastes.

  • Depois de examinar com cuidado se tudo ficou coberto com a fita adesiva e restam apenas os trastes vamos usar uma palha de aço fina (Bombril) para dar apenas o polimento nos trastes, lembre-se de que esse processo não é um “linchamento” dos trastes, é apenas para que eles recuperem o brilho.

  • Após o polimento é hora de remover as fitas adesivas.
 
  • Feito isso, vem uma das partes que eu considero mais importantes para a escala, a hidratação, você já deve ter notado que com o passar do tempo a escala vai ficando meio sem vida, com um aspecto de madeira velha, meio acinzentada enfim, desidratada, se não for feito uma manutenção continua a escala começa a descamar e eventualmente até formar cavas irreversíveis na escala, um dos produtos mais usados para esse tipo de hidratação é o óleo de limão, como não é tão simples de ser encontrado, uma boa alternativa que eu sempre tenho usado e dá certo é o óleo de peroba, bem mais fácil de encontrar e o resultado é muito bom, com o auxilio de uma flanelinha ou estopa espalhe sobre a escala de maneira uniforme.
  • Agora é hora de remover os restos de palha de aço de todo o instrumento (inclusive aqueles que ficarem por cima dos pólos dos captadores) e retire as fitas adesivas dos captadores. 

  • Para limpeza do corpo melhor forma é utilizar um pano (flanela) seco que não solte fiapos, imediatamente após o uso. Isso irá remover todo o suor e graxa antes que haja tempo para solidificar e formar um resíduo mais concentrado. Resíduos mais "teimosos" podem ser removidos com um pano pouco úmido. Nunca utilizar pano totalmente molhado e jamais usar produtos para limpeza de automóveis, pois estes são muito corrosivos, e lembre-se: Mantendo sempre as cordas limpas e novas, a qualidade do som é bem mais destacada.

  • Agora você pode instalar cordas novas e aproveitar!
 

Aqui vai uma boa dica de uma cera caseira pra quem quer uma opção boa e barata para madeiras em geral.

½ Litro de querosene
1 Colher de cera de carnaúba
1 Colher de cera de abelha
1 Colher de parafina
Se quiser que tenha mais brilho, basta adicionar ½ colher de breu.
Coloque tudo em um recipiente e depois de misturar bem, aqueça em banho Maria até que todos os ingredientes de misturem formando uma será uniforme, para aplicar, use uma boneca ou pincel, sempre tomando cuidado em espalhar por toda a superfície a ser encerada, antes de aplicar no instrumento, faça o teste em um pedaço de madeira para ver se o resultado te agrada.

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sexta-feira, 8 de abril de 2011

A Pestana







Bom pessoal já falamos um pouquinho sobre a história dos instrumentos de corda, a partir de agora começaremos estudar as partes dos instrumentos, nessa etapa falaremos um pouco sobre a pestana.
A pestana, por mais que pareça uma peça de “Segundo Plano” digamos assim, ao contrario do que se pensa, ela tem uma influência absurda na sonoridade e sustain dos instrumento de cordas. Para que você tenha uma melhora na qualidade do seu instrumento é preciso que ela seja construída com materiais específicos para a atingir a sonoridade desejada e claro, materiais de qualidade.
Os materiais abaixo apresentados podem ser usados tanto na pestana como no rastilho em violões, violas caipiras e alguns outros instrumentos acústicos.
Os principais materiais usados para esse tipo de trabalho serão citados abaixo, é claro que isso é bastante relativo e varia de instrumento para instrumento, o ideal é que você leve seu instrumento a seu luthier de confiança para que possa estar analisando a melhor opção para seu instrumento.
  • Marfim: Material muito bom para se usar em guitarras clássicas e guitarras vintage. Tem uma sonoridade muito semelhante ao osso. Não é muito aconselhado para usar em guitarras com tremulo, já que as cordas aderem um bocado ao material.
  • Osso: Na “minha” opinião é o melhor material a ser usado no que se refere a pestanas. É encontrado facilmente, e tem boas características sonoras, com um som bem definido. O ponto fraco é que as cordas aderem bastante ao material, mesmo que você possua as ferramentas necessárias para trabalhar esse material, é sempre aconselhado você consultar seu luthier de confiança, pois o mau posicionamento da peça em contato com o instrumento pode desencadear vários problemas, dentre eles, os mais comuns, ressonâncias indesejadas e o corte das cordas.
  • Plástico: Por existir uma infinidade de tipos, é comum leigos no assunto usarem materiais inapropriados, os macios, esponjosos, e especialmente ôcos jamais devem ser usados.
  • Metal: É típico das pestana metálica apresentarem uma sonoridade bastande brilhante com um excelente sustain. O grande problema é que devido a umidade contida no ar e lógico, com o suor das mãos oxidam facilmente, os principais metais usados para esse tipo de peças são o Bronze e o Níquel.
  • Madeira: Embora eu não aconselhe, ah quem prefira esse tipo de material, se for essa sua opção, o meu conselho é que se use madeiras bastante duras e que suportem bem a ação do tempo, dentre várias que podem se usadas as mais comuns são o ébano, o Pau Rosa (rosewood), o Ipê e em alguns casos o marfim,  O timbre, ao contrário dos metais, é bastante aveludado, apesar de não durarem muito dá um toque bastante especial na esteticamente do instrumento.
Bom pessoal, espero que tenham gostado do post, não se esqueçam de comentar ok? Um abraço e até+...


quinta-feira, 7 de abril de 2011

Um Pouco da História do Violão

Olá pessoal, antes de iniciar-mos nossos assuntos sobre luthieria vamos conhecer um pouco da história desses maravilhosos instrumentos que ao longo dos anos foram evoluindo até chegar ao que conhecemos hoje (violões, guitarras, baixos e etc...) afinal, ninguém pula de ponta cabeça dentro de uma piscina sem saber nadar não é mesmo? Essas informações foram retiradas do google e se alguém quiser acrescentar ou retirar alguma coisa entre em contato comigo ok?



Um Pouco da História do Violão



arco musical simples, que utiliza como caixa de ressonância, a boca.


O arco musical é o representante (conhecido) mais antigo dos cordofones.

Por sua semelhança com o arco de caça, foi largamente utilizado e difundido pelos povos primitivos.

A possibilidade do arco musical ter precedido o arco de caça divide a opinião dos etnólogos. 

Em sua forma mais elementar, o “arco simples”, consistia de uma corda  tensionada em um arco de madeira flexível , que utilizou, atravéz do tempo e de acordo com cada cultura que o assimilou, variados tipos de caixa de ressonância.

O Berimbal, é um arco musical simples, que continua em uso nos dias atuais.


Berimbal


Arco musical simples, ainda em uso nos nossos dias


No processo de desenvolvimento do arco musical, na busca por uma maior abrangência tonal,  o instrumento ramifica-se em dois vertentes.

Uma das soluções para  a obtenção de mais notas foi o acréscimo de mais cordas ao arco, dando origem às harpas  com cordas de comprimento desiguais.
As harpas primitivas utilizavam cascos de tartarugas ou cabaças como caixa de ressonância.


Harpa primitiva, com cordas de comprimentos desiguais.


O braço desta harpa primitiva foi apresentando-se mais curvo, para suportar mais cordas e reforçado, para conter as cravelhas e suportar a força de tração das cordas. 
As civilizações Sumerica, Babilônica e Egípcia fizeram uso intenso das harpas que passaram a ser finamente elaboradas, construídas inteiramente de madeira.



Harpa Egípcia, inteiramente construída de madeira.


Musicistas Egípcias, executando harpa, tambur e flauta.


A  outra solução para aumentar a extensão tonal do arco musical simples, foi fazer com que sua(s) corda(s), ficasse paralela a um braço longo e reto, ligado a uma caixa de ressonância, geralmente oval ou piriforme.  
Desta forma tornou-se possível criar muitas notas, pressionando a(s) corda(s) contra o braço do instrumento.
Este método de construção foi largamente adotado e aparece no Egito na forma do tambur.
O tambur, termo derivado de pandur, (palavra suméria que significa, de braço longo), é um instrumento musical de cordas, com uma pequena caixa de ressonância que, de acordo com cada cultura, apresenta seu formato levemente modificado, oval ou em forma de pêra, feito de cabaça ou madeira esculpida em forma de concha ou retangular em forma de bandeja, com o tampo harmônico de madeira ou couro cru.



Tambures


Tambures Egipcios


Evidências arqueológicas, encontradas em Alaca Huyuk na Turquia, de l500a.C. atestam que os Hititas conheciam um instrumento da família do tambur,
Porém, já trazendo seu corpo inteiramente construído em madeira, com os seus lados suavemente curvos , o tampo e o fundo planos e o seu braço longo, contendo trastes.
Esta é a mais antiga representação iconográfica conhecida, que mostra um instrumento musical com as características mais próximas do desenho do violão.


Instrumento Hitita


Esta iconografia esculpida na pedra, encontrada em Alaca Huyuk na Turquia, de 3300 anos é a mais antiga representação de um instrumento com as características do violão.

"Violão" Hitita


O instrumento apresenta um braço longo com trastes, o tampo plano de madeira e os lados curvos.

No museu arqueológico do Cairo pode ser visto um tambur de 3500 anos, encontrado na tumba do cantor Egípcio Har-Mose.
Construído em cedro finamente polido, com o tampo acústico de couro cru, 3 cordas e um plectro preso ao braço por uma corda.


"violão"de Har-Mose


Este magnífico instrumento musical, ancestral do violão, de 3500 anos, pertenceu a Har-Mose, cantor Egípcio que viveu a 1500 anos a.C.


A técnica de construir instrumentos musicais de cordas paralelas a um braço reto, foi  muito empregada na Ásia central e Norte da Índia, assim, surgiu uma série de instrumentos que levam o sufixo tar (corda), palavra de origem sanskrita, (língua da qual se desenvolveram as línguas da Ásia central e Norte da Índia), O prefixo indica o número de cordas utilizadas.

-Setar, instrumento musical de 3 cordas, (persa se 3), (sanskrito tri) encontrado na Pérsia (Iran)- Sitar, Índia, o nome deste instrumento continuou utilizando o mesmo prefixo apesar do acréscimo do número  de cordas. 

-Chartar, instrumento musical de 4 cordas Persa (persa moderno char), (sanskrito chartur), o nome do instrumento continuou o mesmo apesar do acréscimo do número de cordas.


Chartar


Um instrumento Persa, da família do tambur, com braço longo com trastes (anéis de tripa), corpo em forma de 8, tampo harmônico de couro cru, com 4 cordas simples, tocadas com plectro (lamina fina de cobre), chamado  Chartar (ou simplesmente tar), chegou à Espanha vindo do Egito e Mesopotâmia.


Na Espanha (Europa), de acordo com as culturas locais, sua forma e método de construção são modificados, adquire 4 pares de cordas, (cada par com suas cordas afinadas em unísono), no lugar das 4 cordas simples, passam a ser construidos inteiramente de madeira,  conservando a forma de 8, com braço longo contendo trastes e são chamados de, cithara, guitarra, etc.

A palavra Persa chartar, derivada do sanskrito chartur (literalmente, 4 cordas), transforma-se na Europa em, cithara, guitarra, guitar, etc. 
Estes termos entretanto, continuaram  sendo utilizados independente das alterações do número de cordas que ocorreram com o instrumento, de 4 pares ( eventualmente 3 pares mais a primeira corda simples), para 5 pares, 6 pares (eventualmente 5 pares mais a primeira corda simples) e finalmente 6 cordas.



representação iconográfica de uma "guitarra" primitiva


Alguns historiadores defendem a teoria que a guitarra tenha sido desenvolvida a partir das kitharas gregas.

Estudos recentes indicam no entanto, que a única relação que existe entre os 2 instrumentos, é a origem de seus nomes, o termo chartar (4 cordas), pois no inicio a kitarra grega tinha 4 cordas, sendo o termo kitarra, elitização do termo persa chartar (4 cordas), o instrumento manteve este nome mesmo com o aumento do número de cordas.

Kitarra grega, uma harpa de colo (eventualmente com sete cordas), com caixa de ressonância quadrada, sem braço, ou lira. Um instrumento totalmente diferente da guitarra.




No séc. VIII os mouros invadiram a Espanha e trouxeram consigo um instrumento musical chamado oud, derivado do tambur, que no mundo Árabe teve  sua proporção alterada manteve, no entanto, a forma de pêra, com incremento do tamanho da caixa de ressonância, seu braço tornou-se curto, sem trastes, contendo muitas cordas.

Os Europeus adicionaram trastes ao oud, e chamaram-lhe lute termo que deriva do espanhol laude que por sua vez deriva do Árabe Al’ud (literalmente,a madeira, referência ao material de que era construído).

 Em português é chamado alaúde.

Os tambures são considerados por muitos historiadores como alaúdes, assim chamam ao chartar, alaúde persa; ao sitar, alaúde indiano; ao shamisen, alaúde japonês, etc. Este é o motivo de incluírem o violão (derivado do chartar) na família dos alaúdes.

Apesar do Alaúde e o Chartar terem tido como ancestral comum o tambur, tiveram seus desenvolvimentos baseados em conceitos bastante diferentes:

O Alaúde, instrumento de braço curto largo sem trastes com muitas cordas, o corpo grande e piriforme, com uma cravelha formando um angulo bastante acentuado em relação ao braço. 

O chartar, instrumento de braço longo contendo trastes, 4 cordas, caixa de 
Ressonância em forma de oito, características básicas das primeiras guitarras.



oud


Outro instrumento que surgiu na Europa, no séc. XII, influenciado pela cultura moura, foi a guitarra-mourisca, com o corpo oval, podendo apresentar no tampo harmônico, uma (ou mais) abertura, esculpida em forma de roseta. 
A guitarra-mourisca apresenta o braço longo, como o da guitarra (latina), porém, sem trastes, cordas de metal tocadas com plectro.
  O termo guitarra-mourisca, usado pelos europeus, denota sua origem estrangeira.




A guitarra em forma de oito, com braço longo, contendo trastes, com quatro pares de. 
Corda de tripas, tocadas com os dedos, derivada do antigo tar ou chartar, passou a ser denominada guitarra latina ou simplesmente guitarra.


Guitarra Latina e Mourisca


Na renascença, séc. XVI, enquanto a Europa cristã fazia uso mais intensamente do alaúde, surge na Espanha, à séculos sob domínio Mouro, a vihuela,  (chamada em Portugal vihuela-de-mano), versão local do alaúde, porém, com o fundo plano, 6 pares de cordas (em geral afinadas como a de um alaúde). Caixa com formato de 8 (cintura pouco acentuada) conservando entretanto, em seu tampo, as aberturas esculpidas em forma de rosetas, denotando a origem Árabe.
Era executado como a guitarra latina, com que se parecia apesar de maior.



Vihuela


No séc. XVII e começo do séc. XVIII, a vihuela, “funde-se”, com a guitarra barroca e surge na Europa a guitarra barroca de transição, que substituiu as guitarras de 4 pares por 5 pares de cordas e mais tarde 5 cordas simples, a afinação básica já era, A, D, G, B, E, como as primeiras 5 cordas do violão clássico moderno, tinha mais de 8 trastes fora do corpo, que passaram a 10 e finalmente 12 trastes fora do corpo.




Guitarra, 5 pares de cordas


A vihuela e o Alaúde eclipsaram a guitarra até a adição do quinto par de cordas a este instrumento, evento que ampliou sua abrangência sonora, tornando-a bastante difundida.

No início do séc. XVII a vihuela e o lute foram dando lugar à guitarra, durante este século, foram publicados diversos métodos para o instrumento, muitos, com sistema cifrado de notação de acordes para a mão esquerda.
Foi publicada também, uma série de  árias Italianas para acompanhamento com guitarra, além de peças isoladas e suítes de dança, dando início a um vasto repertório, aumentando ainda mais sua popularização.

O sexto par de cordas foi adicionado, (eventualmente 5 pares mais a primeira corda simples), que gradualmente foram dando lugar às 6 cordas simples, estes avanços aconteceram principalmente na Itália e os construtores de guitarras de toda a Europa seguiram a tendência.



(Algumas experiências rumo aos instrumentos de seis cordas, foram adaptações feitas em guitarras de cinco pares de cordas)


violão Panormo

Na Espanha, influenciada pelos avanços Italianos, a guitarra romântica espanhola do fim do séc. XVIII e começo do séc. XIX, com 6 pares de cordas 
(eventualmente 5 pares, mais a primeira corda simples), passa a ter 6 cordas simples. 
O corpo da guitarra, entretanto, continuava pequeno e com a cintura bem acentuada.





O violão clássico moderno, tomou sua forma atual, atravéz do trabalho triunfante do construtor espanhol Antonio Torres Jurado, (13 junho 1817-19 novembro 1892), em meados do séc. XIX.
Torres, definiu o violão como o conhecemos hoje, foi ele quem estabeleceu as dimensões do instrumento, comprimento de 650 mm das cordas, fundo plano e instituiu o uso dos suportes em forma de leque sob o tampo harmônico, que já eram utilizados, mas não de forma sistemática.

Suas experiências deram a guitarra-romântica do começo do séc. XIX, mais brilho e poder sonoro.


Violão Torres


Torre estabeleceu as dimensões do violão e o comprimento das cordas com 650 mm.


Antônio Torres Jurado



Estimulado pelas qualidades sonoras do violão, Francisco Tárrega (1852-1909), importante violonista e pedagogo espanhol, transcreve para o instrumento peças para piano de Beethoven, Chopin, Mendelssohn e outros importantes compositores, ampliando consideravelmente o repertório do instrumento.
O seu modo de tocar o violão, com um apoio para um dos pés e especial atenção as posições das mãos, continuou sendo propagado pelos seus alunos (discípulos) e constitui-se no que hoje pode-se chamar, a Escola de Tárrega.
Este método é utilizado em todo o mundo para o aprendizado do violão e o seu modo de tocar o instrumento é praticado por grandes concertistas.
O trabalho de Tárrega cooperou muito positivamente para a propagação do violão.



Tarrega

Embora, a maioria dos luthiers, construtores de violões, preservem a tradição e mantem-se fieis, construindo seus instrumentos influenciados por Torres, outros luthiers experimentam novos desenhos, tampo-duplo, fundo e laterais em fibra sintética,estruturas do tapo harmônico em forma de treliça  e muitas outras inovações, atestando que, o violão e  sua luthieria permanecem vivos.




Luthier Greg Smallman


Smallman é o luthier que inovou a construção do Violão.

Violão Valencio-(Smallman-tipe)

Pode-se ver nesta foto as estruturas internas propostas por Greg Smallman

Influência Moura na arte Espanhola

Torres desenhou as mãos de seus violões fortemente influenciado pela cultura Árabe.

Desenho de Torres


Influência Moura na arte da Luthieria na Espanha

ZIRYAB



ZIRYAB

No séc. VIII os Mouros ocuparam a Península Ibérica, seu domínio perdurou por 800 anos.
Logo nos primeiros anos desta ocupação, Abd al-Rahman II da dinastia Umayyad (822-52), convidou para atuar em sua corte o músico Mouro, Abu I-Hasan 'Ali Ibn Nafi', chamado Ziryab (pássaro-prêto), devido à sua cor morena e sua voz maravilhosa.
Ziryab foi um homem além de seu tempo, poeta, músico, cantor, desenhista fashion, botânico, um artista incrível.
Foi ele quem incrementou o 'ud, (instrumento musical Mouro, muito importante na história do violão), acrescentando um quinto par de cordas.
Ziryab, trouxe ainda em sua bagagem um instrumento musical Persa chamado Chartar.
O Chartar já trazia muitas características do violão (guitarra na Espanha):
o braço longo, reto, contendo trastes e a caixa de ressonância em forma de 8, entretanto, com o tampo harmônico de couro cru.
Na Espanha, passa a ser construído inteiramente de madeira e é chamado de guitarra.





Josefina Robledo


Discípula de Francisco Tárrega

Homenagem a Josefina Robledo

O Brasil também tem o seu "Ziryab", seu nome é Josefina Robledo, violonista Espanhola.
Josefina Robledo, aluna, (discípula), do grande violonista Francisco Tárrega, muito culta e educadíssima, apaixanou-se pelo Brasil, passando uma temporada aqui.
Mudou-se para São Paulo e exerceu enorme influência positiva na boa aceitação do violão como um "instrumento nobre”.
Seus recitais eram muito solicitados, seu repertório incluía peças de muita aceitação.
A revista "o Violão", do Rio de Janeiro destaca a seguinte notícia:
“A artista Josefina Robledo, transladou-se para a Paulicéia, ali prodigalizando
sábios ensinamentos as moças da alta sociedade e rapazes de real mérito(...)
O violão se infiltrou nas altas camadas sociais de São Paulo e é cultivado com
enorme carinho.”
(fonte: Violão Mandrião)

Catulo da Paixão Cearense



Catulo da Paixão Cearense

A história do violão no Brasil, tem um personagem muito importante.
Boêmio, vivia despreocupado, mas não desocupado.
Catulo da Paixão Cearense,(1863-1946).
Este personagem reabilitou o violão junto a sociedade carioca com apresentações em ambientes da alta sociedade e suas composições foram e são extremamente populares, é dele a música Luar do Sertão.
Catulo organizou coletâneas, entre elas, O cantor fluminense e O cancioneiro popular.